A
recente divulgação dos pastores mais ricos do Brasil pela Forbes gerou
revolta no país por parte de líderes evangélicos, que consideraram que a
notícia apresenta a religião como um negócio rentável.
A Forbes
fez uma investigação do patrimônio financeiro dos líderes evangélicos
mais populares do Brasil baseando-se em dados já divulgados por outras
publicações brasileiras e recorrendo a informações do Ministério Público
e da Polícia Federal.
De acordo com o levantamento, a revista
apontou os cinco mais ricos, que são: Edir Macedo, líder da Igreja
Universal do Reino de Deus, ($950 milhões); Valdemiro Santiago, da
Igreja Mundial do Poder de Deus ($200 milhões); pastor Silas Malafaia,
presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo ($150 milhões); R.R.
Soares, da Igreja Internacional da Graça ($125 milhões) e o casal
Estevam Hernandes e Bispa Sônia, da igreja Renascer em Cristo ($65
milhões).
O presidente da Associação Brasileira dos Juristas
Evangélicos (ANAJURE), Dr. Uziel Santana, em um email compartilhado com o
The Christian Post, se posicionou acerca da reportagem. Dr. Uziel
expressou sua preocupação quanto a uma possível violação dos sigilos
bancários e fiscal dos referidos pastores.
“Independentemente do
mérito da questão, é grave o fato de que possivelmente houve violação de
dados protegidos por sigilo bancário e fiscal. Isso é tão violento,
quanto fazer mercancia da fé, enganando os que têm menor discernimento
da realidade. Certamente, dois abusos a serem coibidos, inclusive
penalmente. Certamente, dois ilícitos que mitigam princípios basilares
do Estado Democrático de Direito. Com a palavra, a Polícia Federal e o
Ministério Público”, disse o Dr. Uziel.
A reportagem da Forbes
veio depois de uma outra investigação sobre os salários de pastores
brasileiros publicada na revista brasileira Veja.
Um repórter da
publicação acompanhou disfarçado de aluno um curso de formação de pastor
promovido pela igreja do pastor Silas Malafaia. Segundo ele, Malafaia
teria afirmado que seus pastores chegavam a ganhar até R$ 22.000 (cerca
de $11.000) mensalmente.
A revista então comparou o salário dos
pastores da igreja de Silas Malafaia com o das outras igrejas. Na igreja
de Edir Macedo, os salários variariam entre R$ 1. 500 e R$ 10.000; na
igreja Mundial do Poder de Deus (IMPD), R$15.000; e na Igreja Renascer
em Cristo, entre R$1.500 e R$15.000.
A reportagem da Veja foi
também criticada por muitos evangélicos por focar o lado financeiro e
profissional da função pastoral e não representar a realidade da maioria
das igrejas do Brasil.
Segundo o rev. Mauro Meister, Professor
de Antigo Testamento e Coordenador do programa de Mdiv. Da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, a matéria não passou de uma generalização.
“Além
das igrejas mencionadas, existem muitas outras, sérias e comprometidas
com a formação acadêmica e pastoral dos seus ministros e que não fizeram
e nem fazem do pastorado uma profissão. Que se fizesse ao menos uma
ressalva... mas, nada é dito”, expressou ele, em seu blog.
Diferentemente
do processo de formação de pastores das igrejas pentecostais ou
neopentecostais como as apontadas aqui no texto, o reverendo afirma que o
processo na Igreja Presbiteriana, por exemplo, consta de muitos
requisitos, inclusive a passagem por um instituto bíblico por 1 ou 2
anos e curso teológico entre 4 e 5 anos.
Fonte: The Christian Post