Deputados russos debateram um projeto de lei que proíbe a "propaganda da homossexualidade entre menores".
Fiéis
da igreja ortodoxa russa e grupos de defesa dos direitos dos
homossexuais protagonizaram nesta sexta-feira discussões nas portas da
Duma, onde os deputados se preparavam para debater um projeto de lei que
proíbe a "propaganda da homossexualidade entre menores".
Os
militantes ortodoxos lançaram ovos e tinta contra os adversários do
projeto de lei, que protestavam contra este controverso texto, indicaram
vários meios de comunicação russos.
A polícia prendeu cerca de
20 ativistas de defesa dos direitos dos homossexuais, indicou à AFP uma
das pessoas detidas, Elena Kostiuchenko.
Os defensores dos
direitos dos homossexuais temem que uma redação vaga do projeto de lei
permita multar gays e lésbicas por se beijarem ou inclusive por darem as
mãos em público.
O projeto prevê uma multa de até 5.000 rublos
(165 dólares) para os cidadãos que descumprirem a lei, de até 50.000
rublos (1.650 dólares) para os funcionários e de 500.000 rublos (16.500
dólares) no caso de pessoas jurídicas, empresas ou escolas.
O
partido governante Rússia Unida apoia estas medidas e conta com os votos
necessários para aprová-las. Mas os parlamentares comunistas e de
outros grupos também expressaram sua simpatia em relação ao projeto de
lei.
O parlamento da região de Novosibirsk, na Sibéria, e a
cidade de São Petersburgo já aprovaram leis similares. O projeto de lei
prevê estender esta legislação a todo o território russo.
Com a
aprovação da lei, o Rússia Unida pretende proteger os menores de 18 anos
do que consideram uma propagação de ideias perigosas do Ocidente,
reproduzidas pelas redes sociais.
Os ativistas homossexuais são
muito mal vistos na Rússia, onde a homossexualidade foi considerada um
crime até 1993 e como uma doença mental até 1999, oito anos após a queda
do regime soviético.
Após a aprovação da Duma, o projeto deverá
ser autorizado pela câmara alta do parlamento, antes de ser enviado ao
presidente Vladimir Putin.
Fonte: AFP
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