LONDRES, 3 Fev (Reuters) - Integrantes do Partido Conservador, o mesmo do primeiro-ministro britânico, David Cameron, fizeram um apelo neste domingo para que o premiê adie o voto no Parlamento sobre o casamento gay, previsto para esta semana. Segundo esses conservadores, o tema pode enfraquecer o partido e prejudicar as chances de reeleição
Cameron deu seu apoio pessoal ao projeto de casamento gay, mas muitos no
seu partido e entre os parlamentares conservadores são contra por
razões morais. Eles dizem que o governo não tem um mandato para forçar o
tema no Parlamento.
Como o projeto tem o apoio dos dois outros principais partidos
britânicos, a oposição trabalhista e os liberais-democratas, parceiros
dos conservadores na coalizão de governo, não há maiores riscos de ele
ser derrotado.
No entanto, uma carta assinada por mais de 20 lideranças de associações
locais dos conservadores foi entregue na residência oficial de Cameron
neste domingo.
"Temos um sentimento muito forte de que a decisão de trazer esse projeto
ao Parlamento foi tomada sem uma discussão adequada ou uma consulta aos
membros do Partido Conservador e ao país como um todo", diz a carta.
"Começam a multiplicar-se os que deixam o partido, e tememos que esse
projeto leve a um dano significativo para o Partido Conservador nas
eleições de 2015", acrescenta o documento.
Um líder de associação, Geoffrey Vero, afirmou que a tramitação do tema
deve ser mais lenta. "Isso pode afetar seriamente as chances de Cameron
ser reeleito em 2015", disse ele ao canal Sky.
As regras que determinam que o voto deve seguir a linha traçada pelo
partido foram suspensas para o chamado "voto livre" na terça-feira.
Analistas dizem que cerca de metade dos 303 parlamentares conservadores
podem votar contra o projeto ou se abster.
De acordo com uma pesquisa de opinião feita em dezembro, 55 por cento
dos britânicos são favoráveis ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Os defensores do casamento gays afirmam que, apesar da parceria civil
hoje existente entre pessoas do mesmo sexo já garantir os mesmos
direitos do casamento, a distinção implica num status inferior para os
casais gays.
Há dois meses, o próprio Cameron afirmou: "Eu sou um grande defensor do
casamento, e eu não quero que os gays sejam excluídos dessa grande
instituição."
Contudo, tanto a Igreja Anglicana quando a Católica se opõem ao projeto. A proposta não as obriga a fazer casamentos gays.
Se aprovada na câmara baixa na terça-feira, a proposta será discutida
pelos lordes, na câmara alta. Os lordes devem votá-la em maio, e depois o
projeto volta para uma segunda votação dos parlamentares da câmara
baixa.
(Por Stephen Addison)
Fonte: Reuters Brasil
Fonte: Reuters Brasil
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