segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Evangélicos reclamam de falta de imparcialidade da Globo sobre religiões

Isis


Divulgação/ Rede Globo/ Estevam Avellar
Isis Valverde como Sereia
Nessa semana, uma série de TV provocou polêmica em todo o Brasil. Tudo começou com o protesto de um pastor evangélico que teve grande repercussão nas redes sociais. Milhares de pessoas acusaram a Rede Globo de não agir com imparcialidade quando o assunto é religião.

No dia 17 de dezembro, o pastor evangélico Divino Aleixo Marinho, da igreja Betel Palavra de Fogo, em Minas Gerais, pediu aos fieis  que não assistissem à minissérie O canto da sereia.
Ele publicou a seguinte mensagem na internet: "(...) agora é oxum - o canto da sereia"./ "estamos aqui para isso — para sermos profetas e denunciar o pecado". A mensagem foi compartilhada por mais de 1.000 pessoas.

Em entrevista, na sexta-feira (11), Marinho explicou o motivo do protesto.

— A minha opinião é que, infelizmente, se era intenção dos criadores ou não, eles passam uma mensagem contrária ao que a Bíblia diz.

O canto da sereia conta a história de uma estrela da música baiana. Ela tem o hábito de se consultar com uma mãe de santo e acaba por ter uma morte trágica e misteriosa. Quase tudo na série remete às religiões afro-brasileiras, a começar pelo nome da personagem principal.

Com a exibição da série nessa semana, a polêmica na internet só cresceu. Uma busca rápida revela uma lista com mais de 260 mil sites que falam sobre o assunto. Nas redes sociais, as mensagens a favor e contra o protesto do pastor se multiplicam.

Walcyr Carrasco e Glória Perez, dois autores de novelas da Globo, manifestaram a opinião sobre o assunto.  Em sua página pessoal, Walcir escreve: "vamos lutar pela liberdade de criação. Digam não à campanha contra O canto da sereia". Glória completa: “fizeram a mesma coisa com Salve Jorge. Que medo desse modo Talibã de ser”.

Ao falar do Talibã, a novelista indiretamente chama os evangélicos de intolerantes. Faz referência a um grupo fundamentalista islâmico que não aceita outras religiões no Afeganistão.

Outros novelistas foram procurados, mas não quiseram falar sobre o assunto.

Para o pastor, os evangélicos não possuem espaço equivalente às outras religiões na programação da Globo.

— A distribuição em relação à religião que a emissora em si propõe não é muito justa. Quando aborda um assunto religioso, sempre aborda de uma maneira crítica, ou diminuindo a capacidade que os evangélicos tâm. Eles consideram a gente como um povo pequeno, um povo sem cultura.

A Rede Globo foi procurada para falar sobre o assunto. Em nota, a Central Globo de Comunicação diz que é laica e assim é vista pela maior parte do público brasileiro. Afirma que reflete em sua programação a preocupação com a diversidade e a liberdade de expressão religiosa.

Há cerca de um mês, a Globo exibiu um festival de música gospel, uma das primeiras tentativas de aproximação com o público evangélico. Notas na imprensa dizem que executivos da emissora e religiosos se encontraram recentemente para reforçar essa aproximação.

Segundo o censo de 2010, os evangélicos são hoje 22,2% da população brasileira
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