“E ele
(Jesus), respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós,
hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com lábios, mas o seu
coração está longe de mim” (Marcos 7.6).
No texto de
Marcos 7.6, constatamos que os fariseus cometiam o pecado do legalismo.
Isto quer dizer que eles substituíam com palavras e práticas externas as
atitudes internas requeridas por Deus oriundas do “novo nascimento”.
Eles falavam palavras sábias e agiam como pessoas justas, mas sua
motivação não partia do desejo sincero de obedecer e agradar a Deus.
Neste episódio, os fariseus foram chamados hipócritas, isto é, atores,
fingidos religiosos, dissimulados. Era assim que Jesus freqüentemente os
considerava.
Ainda nos
falta sensibilidade e discernimento para detectarmos o terrível erro do
legalismo dentro de nossas igrejas. Se olharmos atentamente para os
nossos atos de adoração, constataremos sem empecilhos a presença de
exageros, mentiras, declarações inconsequentes etc. Um bom começo é
olhar as músicas que estão sendo cantadas. Já foi dito que as canções
que entoamos nos cultos são por demais fantasiosas. Muitas falam de
coisas que dificilmente serão postas em prática. São promessas que não
serão cumpridas, declarações que não são verdadeiras, pedidos que não
representam a vontade de Deus etc. Vamos citar um clássico exemplo.
Responda-me com sinceridade: Você poderia viver perfeitamente o que a
música abaixo o força a prometer?:
Eu nunca desanimarei, Eu nunca deixarei de confiar em Ti, Sempre estarei em oração Senhor, Minha fé nunca será abalada...
Será que
quando um cristão canta esta música, ele está ciente das lutas,
tribulações e dúvidas que enfrentará? Será que o cristão continuará
firme em oração até o final de seus dias? Será que manterá a promessa de
persistir em oração por toda a sua vida? Outro exemplo:
Vivemos em total comunhão, Aqui não existe mágoa, rancor, tristeza, Porque somos totalmente unidos, No amor de Cristo...
Será que
estamos preparados para entoar canções como estas em nossas igrejas, sem
que um ou outro irmão cante de forma enganosa? Será que realmente não
existe mágoa ou tristeza no Corpo de Cristo? Vivemos realmente em total
comunhão?
Caro
leitor, vale dizer que o problema maior não é as músicas que cantamos,
mas a vida que levamos. Isto porque em muitas ocasiões nossa vida não
sustenta as palavras que cantamos, ou o sermão que pregamos. É aí que
mora o perigo; é aí que está o real problema.
Evidentemente
creio que fazemos isto não porque desejamos conscientemente enganar a
Deus. Contudo, às vezes falamos a Deus aquilo que achamos que ele quer
ouvir, e não o que realmente está em nosso coração. Sem dúvida alguma
isso é um tipo de engano. Por isso estes questionamentos acima são
extremamente sérios e devem ser tratados com atenção e reflexão. Não
estou dizendo que devemos parar de cantar tais tipos de músicas, mas
digo que devemos ensinar e ajudar nossos irmãos a viverem os
ensinamentos cristãos que estamos cantando.
Às vezes,
quando cantamos, oramos ou pregamos, estamos fazendo promessas a Deus
sem perceber. Contudo, muitas dessas promessas nunca serão cumpridas.
Quantas delas já foram esquecidas? Neste ponto devemos tomar cuidado!
Quando lemos o livro de Deuteronômio, vemos que Deus não se agrada deste
tipo de atitude:
Quando
fizeres algum voto ao Senhor teu Deus, não tardarás em cumpri-lo; porque
o Senhor teu Deus certamente o requererá de ti, e em ti haverá pecado.
(Deuteronômio 23.21)
O capítulo 30 de Números deixa claro
que Deus requeria do seu povo o cumprimento das promessas feitas a Ele.
Deus fez os israelitas verem a seriedade de um voto ou promessa, e
mostrou que a falsidade, a mentira e a hipocrisia não têm lugar entre o
Seu povo. Que esta lição possa valer para nós atualmente!
Fonte: Ramon Tessmann em Vida Nova Music
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