Fim do mundo coloca em alta a venda de casas e abrigos para o apocalipse
A menos de trinta dias do "fim do mundo":
* "Apocalipse maia" dispara vendas de abrigos
A menos de trinta dias do "fim do mundo":
* "Apocalipse maia" dispara vendas de abrigos
** Na Suíça, por exemplo, o número de abrigos são tantos que toda a população do país poderia viver em "bunkers"
Temendo o
apocalipse, desastres naturais e outros perigos, muitos recorrem a
bunkers, que podem ser utilizados para cavar o último resquício de
esperança em meio ao caos. Outros, no entanto, vão um pouquinho além,
adiantam-se à ameaça, se mudam para dentro do refúgio e conduzem sua
vida de dentro de verdadeiras fortalezas. No mundo inteiro, casas com
abrigos subterrâneos garantem aos moradores maior tranquilidade diante
de ataques terroristas, sequestros e da concretização das mais trágicas
profecias.
"O medo é
irracional. Quando a gente tem medo, é muito difícil sair para um estado
de racionalidade", opina a diretora do Instituto Sou da Paz, Melina
Risso. Para ela, a sensação de insegurança pouco tem a ver com a real
situação de criminalidade, com a iminência de algum desastre ou outros
tipos de perigo. "A relação do medo com o que está acontecendo na
sociedade é muito difícil de mensurar. Às vezes, os fatores que levam a
esse sentimento são bastante subjetivos. O que é assustador em uma
determinada localidade pode não ser em outra, por exemplo". Quem se
beneficia com isso são as empresas da área. "Favorece um setor que é
crescente no mundo inteiro e vive disso. Além do papel importante da
imprensa, o governo deveria regular essa área, evitando que seja
alimentada essa sensação, mudando a mentalidade e permitindo mais
acessos a dados", conclui Melina.
No Brasil, as
empresas de segurança privada estão longe de espalhar tanto pânico
quanto as americanas - e de outros locais do mundo -, que citam
possíveis apocalipses em seus argumentos de venda. Para o professor
André Zanetic, doutor em Ciência Política pela USP e especialista em
segurança pública, no Brasil, o aumento dos investimentos em segurança
pessoal apoia-se em uma situação concreta. Ele conta que a criminalidade
voltou a subir no País nos anos de 2007 e 2008 e, embora não esteja tão
alta quanto no início dos anos 2000, gera a sensação de insegurança. "É
possível dizer que há esse aspecto motivador, mas seria preciso uma
análise mais profunda para saber o quanto é exagero e o quanto não é a
procura por moradias mais fortalecidas", diz. Em 2011, de acordo com uma
pesquisa do Instituto de Estudos Internacionais de Genebra, na Suíça, o
Brasil passou a ser o 5º maior mercado do mundo no setor de segurança
privada.
Mas enquanto no
Brasil as empresas podem se apoiar, ainda, na criminalidade para
alavancar suas vendas, os outros países têm de achar novos argumentos.
Veja no link abaixo algumas casas construídas pelo mundo com o objetivo
de oferecer abrigo seguro para o apocalipse - seja lá qual for a sua
origem.(terra)
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