domingo, 23 de dezembro de 2012

O relacionamento entre o mundo e o crente


O relacionamento entre o mundo e o crente

Despertar a atenção do aluno e aguçá-lo a conhecer mais a Palavra

Por Susana Benedito Cirqueira

A atualidade da mensagem bíblica

Juvenis


“Ah, Essa história de novo?”. Ou: “Eu já conheço esse assunto!”.

Frases como essas certamente trazem preocupação aos professores. Mas o que fazer para que nossas aulas tragam conhecimento e experiências novas que marquem a vida de nossos alunos?

Despertar a atenção do aluno e aguçá-lo a conhecer mais a Palavra são algumas das tarefas do bom educador cristão. Mas aí temos a pergunta que não quer calar: A Bíblia tem a resposta para tudo? Escrita há tanto tempo, ela se adéqua à realidade que vivemos hoje? Como fazer abrochar no coração do aluno o amor e submissão à Palavra? Desenvolver essa fé e conscientizar esses juvenis sobre a importância da Palavra de Deus requer empenho do ensinador.

Os nossos alunos não usufruirão das promessas bíblicas para os seus dias se não forem levados ao conhecimento profundo de Deus e do Seu amor explícitos em Sua Palavra. Professores que preparam suas aulas de maneira superfi cial e improvisada levarão aos seus ouvintes aulas de conteúdo duvidoso e inadequado. E acabarão por não produzir o resultado esperado: crianças e adolescentes transformados pela Palavra.

 A mensagem bíblica e o professor

Costumo dizer que não fomos chamados para sermos contadores de histórias bíblicas!Deus nos chamou para lançarmos mão da Sua Palavra e a aplicarmos à vida de nossos alunos de maneira que produza transformação de caráter e, consequentemente, mudança de atitudes.

Em toda a Bíblia, Deus tem propósitos e não é somente nos fazer conhecedores dos fatos verídicos ocorridos em um passado tão distante, mas nos revelar conhecimentos importantes e orientações valiosas para uma vida cristã vitoriosa.

Mas atenção, professor, essas preciosidades serão reveladas somente àqueles que se dispõe a cavoucar a Palavra! É por meio de um estudo minucioso, e não numa leitura superficial, que Deus nos revela conhecimentos e coloca à nossa disposição sabedorias que, se apresentadas aos nossos alunos, atingirão seus corações e suas vidas de maneira específica, proporcionando-lhes experiências inesquecíveis.

Todos nós ansiamos por ouvir a voz de Deus e receber uma direção. Quando estamos na igreja cultuando ou na ED aprendendo a Palavra esperamos que nosso coração receba a resposta e orientação ansiadas.

A Bíblia é sua vida hoje!

Quando lemos na Bíblia a história da filha de Jairo perguntamos: O que posso retirar desse texto para minha vida com Deus? E ao analisarmos os acontecimentos vemos um chefe de Sinagoga desesperado, que não se preocupou com seu cargo importante, com o que falariam dele e prostrou-se aos pés daquele que tinha a solução para seu problema.

E então pensamos: “O que está me impedindo de ir aos pés de Jesus? Deus quer que levemos nossos problemas a Ele com fé e é exatamente isso que vou fazer!”. Amados, isso é a Bíblia sendo atual em sua vida!

Quando olhamos para a história de Neemias e vemos todos os seus inimigos, todos os levantes que se colocaram para impedi-lo de realizar uma grande obra, pensamos: “Não importa o que aconteça, vou fazer a vontade de Deus! Vou realizar uma grande obra para o meu Deus!”. Olha a Bíblia sendo atual em sua vida novamente!

A atualidade da Palavra está na disposição daquele que a lê, que a ouve e aplica seus conteúdos à sua vida tomando como exemplo as atitudes, escolhas e experiências dos personagens dos relatos bíblicos. Está em seguir as orientações divinas encontradas com abundância nas páginas das Escrituras Sagradas.

Um livro tão complexo e ao mesmo tempo simples e acessível, cheio de relatos e culturas diferentes, mas tão apropriado ao dia a dia, exortador e ao mesmo tempo tão acolhedor, fala de outras pessoas enquanto trata da nossa própria vida, como se soubesse dos nossos segredos mais ocultos. Assim é a Bíblia.

Adolescestes

O relacionamento entre o crente e o mundo

 A palavra “relacionamento” vem do latim relatio, que significa “restauração, ato de trazer de volta; ato ou efeito de relacionar”. E possui ainda significados como: amizade, intimidade, travar relacionamento com alguém. O sentido de “estabelecer uma ligação entre pessoas” é do século XVIII.

Pelos significados da palavra, já entendemos a impossibilidade de algum tipo de relacionamento entre o cristão e o mundo em que vivemos.
É claro que, enquanto neste mundo, o crente acaba convivendo com suas dinâmicas e se adéqua de maneira a não criar atritos e ferir seus princípios.

A Bíblia nos exorta sobre o perigo dessa convivência e nos adverte sobre a precaução necessária para não nos ferirmos na caminhada.

O mundo fere a nossa fé em Deus

 A Palavra nos ensina a vencer as filosofias desse mundo que querem destruir a nossa fé no Deus verdadeiro. Desde cedo as nossas crianças ficam expostas a teorias criadas por Satanás para deturpar as verdades bíblicas, ataques que só aumentam com os anos, com o intuito de colocar questionamentos no coração dos nossos adolescentes.

Dúvidas sobre a divindade de Deus, a veracidade da Palavra, a salvação e a vida eterna são algumas das setas que o inimigo tem atirado sobre nossos alunos para que percam a intimidade com Deus e vivam fora dos parâmetros bíblicos.

Teorias como da Evolução, que contrariam a criação de Deus, ensinos sobre a bondade humana como requisito para alcançar a salvação, mentiras sobre a inexistência do inferno e a banalização dos conceitos “certo” e “errado” contrariam o que a Bíblia ensina.

Livros, filmes, programas de TV e brincadeiras que zombam da fé cristã colocam armadilhas diante dos nossos adolescentes para afastá-los de Deus. A Bíblia nos exorta em 2 Coríntios 2.11 sobre os ardis de Satanás e o quanto ele trabalha para nos destruir, a fim de que não sejamos derrotados por ele (1 Pedro 5.8).

O mundo fere o nosso caráter

O que revela o nosso caráter para o mundo são as atitudes e escolhas do cotidiano. No trabalho, na escola, na igreja ou em qualquer outro lugar, somos revelados pelas nossas ações.

 A busca pela aceitação do grupo, o desejo desenfreado de sobressair, a pressão para provarem que são capazes impulsionam nossos adolescentes ao comportamento reprovado pelas Escrituras Sagradas. O uso de drogas, a pornografia, sexo fora do casamento, rebeldia,
materialismo, enfim, tantas ciladas com um único objetivo: desviarmos dos planos maravilhosos de Deus!

E é nesse relacionamento perigoso que muitos adolescentes sem orientação se perdem e escrevem um caminho de dores para suas próprias vidas. Escolhas erradas, amigos errados, caminhos de pecado levam-no para mais longe de Deus.

O mundo fere a nossa família

Quando o adolescente cristão se deixa envolver com este mundo e passa a pautar sua vida pelos parâmetros estabelecidos por essa geração pecaminosa termina por expor seu coração à rebeldia e desafeto, tornando o ambiente familiar conflituoso.

A desobediência aos pais e o desprezo pelas regras geram a desunião da família e o sofrimento dos entes queridos, mas infelizmente o adolescente muitas vezes não percebe o que está fazendo até que a situação se torna insustentável.

É nessa hora que o desejo de explorar o mundo, a diversão, a “galera” ocupam o primeiro lugar no coração do jovem e o cega para as coisas verdadeiramente importantes.

Como na parábola do filho pródigo, alguns abrem mão do precioso convívio com a família em busca de aventuras e prazer e acabam encontrando somente tristeza e decepção. É nesse envolvimento com o mundo e o que nele há que muitos machucam o coração dos familiares e levam angústia e preocupação àqueles que se importam conosco de verdade (1 João 2.15-17).

O mundo fere a nossa comunhão com Deus

Em Gálatas 5.16-25, Paulo é muito claro em nos explicar sobre os perigos de cedermos às vontades da nossa carne e como elas se diferem do fruto do Espírito.

Quando cedemos à tentação e nos envolvemos com as coisas vis deste mundo criamos um abismo entre nós e o nosso Deus. Nunca devemos subestimar o poder do inimigo brincando com o pecado, mas devemos nos revestir das armas que Deus nos deixou para termos vitória sobre o destruidor (Ef 6.10-17).

A firme decisão de nos colocarmos ao lado do Senhor para servi-lo e adorá-lo certamente nos separará deste mundo. Não há possibilidades de relacionamento com os dois, pois, ou somos cristãos verdadeiros, sujeitando-nos a Deus e fugindo do mal (Tiago 4.7) ou nos inclinamos à carne.

Em Romanos 8, a partir do versículo 5, vemos o perigo da inclinação ao pecado. Quando a carne sobressai em nossas vidas interfere de maneira direta em nossa vida espiritual impedindo a nossa adequação às Leis de Deus e consequentemente de agradá-lo.


Susana dos Santos Cirqueira é pedagoga, Coordenadora Geral do Departamento Infantil “Crescendo em Cristo”, Professora de Evangelização Infantil da Escola de Missões das Assembleias de Deus (EMAD) e Coordenadora do Curso de Ensino para Professores Evangelistas de Crianças (Cepec)


Ensinador Cristão, Número 53, Ano 14, 2012, Página 18, CPAD.
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