domingo, 24 de fevereiro de 2013

Bíblia, entretenimento e algo mais


Previsto para estrear em março de 2014, o novo longa-metragem de Darren Aronofsky, inspirado na história de Noé, com Russel Crowe como o construtor da arca, será o primeiro de uma nova onda de filmes bíblicos programados por Hollywood para os próximos anos.
 
A mídia especializada fala em dois novos longas sobre Moisés, um dirigido por Steven Spielberg, outro por Ridley Scott, além de projetos para uma produção sobre Pilatos, com Brad Pitt, e uma sobre Caim, que marcaria a estreia de Will Smith como diretor.
A Paramount está investindo US$ 125 milhões em sua "Arca de Noé", um orçamento de grande produção. O último filme bíblico de peso saído de Hollywood foi "A Paixão de Cristo" (2004), dirigido por Mel Gibson, que rendeu mais de US$ 600 milhões em todo o mundo.
O livro sagrado tem inspirado filmes desde sempre, mas um período, em especial, é sempre lembrado. Os chamados "épicos bíblicos" sob a produção de Cecil B. DeMille, nos anos 1950, tornaram-se uma referência no gênero.
Segundo o "The Hollywood Reporter", "Os Dez Mandamentos" (1956), com Charlton Heston, rendeu US$ 65 milhões nos EUA, o equivalente hoje a cerca de US$ 1 bilhão.
Pode soar um pouco rude, mas o interesse de Hollywood pelo assunto não difere muito do que tem por outros temas "da moda". A Bíblia é uma fonte excelente para boas histórias dramáticas, com muita ação, intrigas, romance e, cada vez mais, efeitos especiais de impacto.
O insucesso nas bilheterias de "A Última Tentação de Cristo" (1988), de Martin Scorsese, ensina que, em matéria de filme bíblico, releituras não conservadoras devem ser evitadas pelo bem do negócio.
A indústria cinematográfica brasileira nunca deu muita bola para o filão, o que não deve ter passado despercebido para a Record, que tem feito importantes investimentos na produção de minisséries bíblicas.
Desde 2010, com "A História de Ester", a emissora tem levado ao ar, uma vez por ano, uma minissérie com essas características. Vieram "Sansão e Dalila" (2011), "Rei Davi" (2012) e "José do Egito" (2013), agora em cartaz. Em 2014, segundo planos anunciados, será a vez de "Moisés e os Dez Mandamentos", seguida por "A Vida de Jesus", em 2015.
Ainda que longe do padrão hollywoodiano, a Record tem conseguido produzir entretenimento de qualidade com as suas séries bíblicas. A insistência no tema, naturalmente, traz aperfeiçoamento e evolução. O investimento cada vez maior (fala-se em R$ 26 milhões para "José") também ajuda a tirar o aspecto de "filme B", presente em muitas novelas da emissora.
É curioso observar que, a despeito dos progressos técnicos, a audiência das minisséries bíblicas da Record tem se mantido estável, num ótimo patamar para a emissora, em torno de 10, 11 pontos no Ibope, com reflexos muito positivos no faturamento com publicidade.
O fato de a Record ser de propriedade do bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal, acrescenta um elemento à análise. Não é possível deixar de pensar que o projeto da emissora contempla, além do entretenimento, uma função de caráter religioso. O uso do jornalismo da emissora para defender interesses da igreja, visto algumas vezes, dá motivos para que se pense isso.
Folha (Mauricio Stycer)

Fique bem Informado....
Deixe seu comentário

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Páginas