Grupo
de ateus da fundação Freedom From Religion quer que a Receita Federal
investigue os ministérios religiosos, principalmente os de Billy Graham
(foto) e seu filho, Franklin Graham.
Billy Graham ficou conhecido
no mundo todo por pregar sermões que desafiavam as pessoas a ter uma
nova vida. Durante décadas ele liderou um ministério que, ao contrário
de muitos outros, nunca enfrentou um escândalo sexual ou financeiro. Aos
94 anos de idade, o evangelista está enfrentando críticas duras de
outros ministérios por conta dos anúncios políticos exibidos em vários
jornais, pedindo que os eleitores “votassem baseados em princípios
bíblicos”.
Interpretados como uma campanha pró-Romney, o problema
reside no fato de a Receita Federal concede várias isenções a igrejas e
ministérios religiosos, mas impede que eles usem esse dinheiro em
movimentos políticas. Em outubro, antes das eleições presidenciais, mais
de 1.500 pastores e outros líderes religiosos participaram de um
movimento intitulado “domingo pela Liberdade de púlpito”, desafiando o
governo a não mais impor restrições eleitorais sobre as igrejas. Vários
deles manifestaram do púlpito suas opiniões e apoiaram ou recriminaram
candidatos a cargo eletivos.
Embora o governo americano não tenha
se manifestado oficialmente, um grupo de ateus levou a questão até os
tribunais, questionando o fato de ter sido violada a lei promulgada em
1954 que impõem restrições em relação ao dinheiro de igrejas e
organizações religiosas, incluindo a Associação Evangelística Billy
Graham.
A fundação Freedom From Religion [Livres de religião]
entrou com uma ação na última quarta-feira, exigindo que a Receita
Federal investigue os ministérios religiosos que teriam violado a
“Cláusula de Estabelecimento da Primeira Emenda” da Constituição.
O
principal alvo são Billy Graham e seu filho, Franklin Graham, que se
reuniram com o candidato presidencial Mitt Romney no mês passado. Na
ocasião, Billy Graham teria dito a Romney, “Eu vou fazer tudo que puder
para ajudá-lo.”
Uma semana após a reunião, a Associação
Evangelística Billy Graham (AEBG) publicou os anúncios em debate, que
diziam: “Em 6 de novembro nossa nação vai realizar uma das eleições mais
importantes que vi ao longo de minha vida. Estamos em uma encruzilhada e
há sérias questões morais em jogo. Recomendo fortemente que você vote
em candidatos que apoiam a definição bíblica do casamento, entre um
homem e uma mulher, proteja a santidade da vida e defenda nossas
liberdades religiosas. A Bíblia fala claramente sobre estas questões
cruciais. Junte-se a mim em oração pela América, que irá levar nosso
coração de volta para Deus”.
A vice-presidente da Freedom From
Religion, Annie Laurie Gaylor, escreveu uma carta dia 31 de outubro para
o fisco americano. Nela, existe a contestação de que a AEBG evidenciou
sua intenção de apoiar o candidato Mitt Romney e por isso, contrariavam
as regras da Receita Federal relativas ao uso de finanças de grupos
religiosos em campanhas políticas.
“A isenção de imposto dadas a
grupos sem fins lucrativos devem ser usadas para fins educacionais e de
caridade, não com o propósito de fazer campanha política. Quando grupos
sem fins lucrativos se envolvem em eleições políticas, devem ser
investigados e perder seu status de isenção de impostos “, disse Gaylor.
O documento do grupo ateu, que contabiliza 19 mil membros, faz queixas
contra 27 outros casos de “uso indevido de verbas” por parte de grupos
evangélicos e católicos, incluindo a Convenção dos Bispos Católicos dos
EUA, que teria pago por propagandas contra o aborto usando tons
políticos.
Um comunicado da Associação Evangelística Billy Graham
nega que verbas do ministério de evangelização foram usadas para pagar
pelos anúncios.
“Diversos amigos que apoiam o ministério da
Associação Evangelística Billy Graham contribuíram com fundos para a
compra de espaço publicitário dos jornais que usa a imagem de Billy
Graham e traz um convite para que se apoiem candidatos que defendes os
valores bíblicos”, diz a declaração.
Se o processo iniciado pelo
grupo ateu for aceito, o tribunal federal poderá ordenar que a Receita
Federal norte-americana investigue qualquer igreja ou organização
religiosa que tenha uma identificação política ou se manifeste
politicamente.
Fonte: Gospel Prime - Traduzido de Religion News Network e CNN.
Nenhum comentário:
Postar um comentário