quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Feminismo no mundo e a influência em nossas igrejas

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Quando falamos em feminismo devemos ter conhecimento deste movimento e suas raízes e analisarmos até que ponto essa luta por direitos da mulher não está se tornando, ou já se tornou em algumas vertentes, uma militância de confronto com o sexo masculino podendo, fora do contexto e ideal original, estar fazendo mais “mal” do que “bem” para a sociedade a que pertencemos e, principalmente, para nós mulheres.
A mulher tem espírito competitivo, inteligência e sabedoria, e tem buscado cada vez mais conhecimentos. Estatísticas mostram como a mulher tem se destacado no mercado de trabalho e na política em todo mundo, conquistado seu espaço e seu direito como cidadã, e como pessoa humana. Mas muito ainda temos que caminhar. A violência existe. A cada 15 segundos uma mulher é agredida e/ou morta no mundo. A violência contra a mulher ainda é um problema mundial e deve ser combatida. No Brasil, no ano de 2012, uma pesquisa mostrou que 6 em cada 10 brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica. Mulheres têm sido brutalmente assassinadas e agredidas, é fato, e a principal causa ainda é o machismo.
Quando falamos em feminismo no sentido de luta das mulheres por direitos humanos de não serem discriminadas e agredidas e/ou tratadas como um ser inferior aos homens, seja no lar, no mercado de trabalho, na igreja ou na política, abrimos caminhos para um movimento e uma discussão justa onde o sexo masculino também tem feito parte, pois se trata de direitos humanos. O movimento feminista neste contexto tem conseguido mexer com o mundo lançando um olhar de maturidade e humanidade sobre esta mulher, que é o esteio do nosso lar, e da nossa sociedade.
Dito essa verdade e mostrando que sim, essa vertente do feminismo é essencialmente importante nessa luta, quero pontuar algumas questões que creio estarem desfocada do ideal e chamar a atenção para este fato: o de não perdemos o objetivo inicial e principal, ou estaremos extinguindo papeis social, sexual e familiar tão importantes para a restruturação familiar.
Lutar por direitos, muitas vezes em meio à competição, pode se tornar uma luta com argumentos perdedores, onde está em jogo um direito tão importante para nossa estrutura emocional: o de ser amada valorizada e protegida exatamente por ser mulher.
Como uma profissional que não tem vergonha e exerce seu direito de mulher de crer em Deus, digo que Deus tem usado igualmente mulheres e homens. Mulheres têm conquistado espaço dentro de ministérios e os mesmo direitos a cargos, títulos e posições de liderança, realizando tudo em igualdade.
Nós mulheres temos conquistado o mundo, isso é fato (estamos preenchendo o lugar desocupado pelo sexo masculino talvez). Porém, não podemos de forma alguma perder o nosso referencial e o respeito pelo sexo oposto, desrespeitando seus direitos e o nosso direito de cultivar a nossa feminilidade e preservar nosso desejo de amar e ser amada e respeitada em todas as áreas como mulher, esposa, filha, mãe e/ou amiga. Isso em qualquer situação e/ou condição. Nosso maior direito, o de ser mulher, não pode ser violado. Nossa identidade e papel sexual, social, papel de ajudadora, deve ser exercitado e valorizado por nós mesmas. Podemos querer ter igualdade de direitos, mas nunca assumir a personalidade do sexo oposto ou entraremos em conflito com nossa personalidade, que é única.
Explicando sobre o movimento feminista
O movimento feminista mundial vem se organizando e atuando em diferentes frentes de luta e em diferentes formas, tendo como consequência uma diversidade de vertentes que variaram ao longo da história e do contexto social, por meio da igualdade, da diferença e da separação. Há porém, no feminismo, um compromisso comum de por fim a dominação masculina e à estrutura patriarcal. As diferenças situam-se na identidade, no adversário, e em quais os focos de luta, bem como metas, se quer alcançar. As divergências vão da análise das raízes do patriarcalismo, à possibilidade de combater e reformar o estado patriarcal e/ou capitalismo patriarcal, a heterossexualidade patriarcal, ou ainda a dominação cultural.
Tudo hoje gira no campo do relativismo social, da busca do prazer. E essa busca, se for descontrolada, pode gerar problemas de pertencimento, sociais, emocionais, familiares e conflitos de direitos, pois todos nós temos direitos e de certa forma lutamos por eles. Temos que tomar muito cuidado para não sermos, nós mulheres, usadas por esse movimento extremista como idiotas úteis e/ou massa de manobra apenas e, ao invés de lutarmos pelo direito da mulher no trabalho, pelo tratamento igualitário enquanto ser humano, pelo salario justo à nossa competência e pela não violência, nos envolvermos e engrossar as agendas mundiais de ações contrárias aos nossos princípios e a nossa fé como, por exemplo, aborto, prostituição, desconstrução da família tradicional natural biológica, etc.. Coisas que para nós, cristãos, é incompatível. Porém, a opressão sexual e a violência contra a mulher devem ser desmascaradas e extinguidas da sociedade cristã e, principalmente, de dentro das igrejas.
O maior perigo para nós, mulheres cristãs, é o de estar contribuindo com o movimento de desconstrução familiar e de nosso papel social.
Durante o desenvolvimento de frentes, aparentemente por direitos, elas incorporam outras frentes de luta, e começam a forjar o conceito de gênero e da hierarquia mascarada pela diferenciação de papéis que tem origens no feminismo radical. É o feminismo desconstrutivista que acredita ser o sexo (tanto no sentido biológico quanto social) uma construção social, que deve ser rejeitada enquanto unidade de classificação. Para esse tipo de feminismo o paradigma de dois sexos deve ser substituído por outro, que considere diversas sexualidades. Ou seja, este movimento feminista por ideias há muito tempo deixou de ser legítimo e passou a ser uma guerra não por direitos, mas sim uma guerra de sexos, e com essa luta não devemos compactuar.
E onde estamos nós mulheres cristãs nesse movimento
A luta contra a violência, a discriminação e pela liberdade da mulher como pessoa humana é muito bem vinda e deve ser apoiada e divulgada por todas as mulheres em todo mundo. O exagero é o fanatismo desses movimentos desfocados, onde mulheres confundem luta contra o preconceito e discriminação com uma luta pessoal e ou de gênero contra o sexo masculino, destilando preconceito generalizado contra o sexo oposto e querendo se igualar a ele, não aceitando que, embora lutemos por igualdade de direitos, somos sim muito diferentes.
Um mundo dominado por homens.
A luta contra o estado patriarcal é bem vinda no sentido de que nós mulheres temos competência e direitos de assumir cargos e posições sociais, politicas ou ministeriais tanto quanto o sexo oposto, e de que temos a liberdade de expressão e de direitos. Porém, a meu ver, é exatamente nessa interpretação de direitos de cada sexo que mora a controvérsia e toda a preocupação, pois nessa luta de conquistar direitos podemos estar perdendo nosso maior direito: o de ser feminina, mulher amada e protegida pelo sexo masculino. A guerra de egos pode estar destruindo os relacionamentos e os papeis sexuais e sociais de cada sexo. Vejo essa desconstrução como uma doença social imposta por grupos militantes de gênero, e não como uma luta legítima contra a violência e direito da mulher enquanto sexo feminino.
Podemos ser femininas, idealistas e militantes por direitos. Porém, não podemos perder nossa identidade de sexo oposto, nossa feminilidade. Podemos conquistar o mundo e ser melhores que os homens em muitas coisas, mas preservando a nossa qualidade de sexo frágil fisicamente e emocionalmente, pois, por mais que conquistemos espaços, nossos hormônios, nossos afetos e nossa fragilidade mostram que temos um limite para nossas conquistas, e que não podemos confundir conquistas por direitos com inveja do sexo oposto.
A mulher na Igreja
Cada qual tem sua importância e seu papel na família, na igreja e na sociedade. A perda desta identidade pode e está gerando muitos conflitos, muitas vezes desencadeando uma confusão de papéis, desestruturando nossas emoções e nossa personalidade, influenciando assim nossa família e nosso ministério de forma negativa.
Na igreja não é diferente, não somente pastoras estão crescendo entre denominações liberais em todo mundo, mas também entre igrejas e denominações evangélicas conservadoras.  Nós mulheres temos conquistado nosso espaço, nosso direito de ministrar e pregar. Os papeis têm se igualado, mulheres têm estado à frente  de ministérios brilhantemente. A mulher tem sido importante na condução, principalmente, nos ministérios social e missionário. Ou seja, tudo que um homem pode fazer em termos ministeriais a mulher também tem conquistado e de forma brilhante.
Entretanto, algumas não têm se contentado em ser a costela, o que muitas querem é ser o Adão. Muitas vezes a responsabilidade é do próprio homem, que não tem cumprido seu papel de verdadeiro líder espiritual, e tem usado desse poder para subjugar a mulher como ser inferior. Muitas mulheres tem se revoltado e não aceitado mais serem ofendidas e magoadas por aquele que prometeu amá-la e protege-la todos os dias de sua vida.
Essa frustração e confusão de papeis, além da falta de honra masculina em sustentar emocionalmente e espiritualmente em amor (não em violência, discriminação, desrespeito e desvalorização), tem levado essa mulher a uma busca incessante por realizações pessoais, como que para preencher o vazio deixado por uma ilusão de que seria cumprido nela pessoalmente as promessas de Deus quanto ao seu relacionamento. Assim ela segue tomando atitudes de comando como defesa, e muitas vezes vai destruído sua família e seu ministério, pois está, sem perceber, destituindo o poder espiritual protetor sobre sua vida, que é função espiritual do sexo oposto.
Por outro lado se, o homem só tem a função de humilhação e não de provedor espiritual, afetivo e financeiro, não tem sido o modelo para ela e seus filhos, e a mulher percebe que pode fazer tudo sozinha, porque deste homem? O perigo está exatamente neste ponto. Se o homem não faz a diferença e não cumpre seu papel nessa relação, há um desequilíbrio e uma busca incessante da mulher por direitos de pessoa humana. Nesse caminho ela pode confundir seu papel e até mesmo seus direitos, e colocar em risco sua espiritualidade. Essa é a triste realidade.
Entretanto, temos que fechar a questão em um ponto: não temos espaço hoje no mundo, e tão pouco na igreja para discriminação, preconceito e maus tratos contra a mulher. Deus, em Genesis 1:28, deu uma ordem: “Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes”. Note que Deus fala no plural, dando ordem aos dois de conquistas e dominação sobre as coisas do mundo, querendo exatamente mostrar a importância dessa parceria. Isso quer dizer que Deus deu poder de igualdade a bens materiais, posições sociais, direitos civis… Enfim, igualdade de direitos no mundo. Porém, ao homem foi dada a função de líder espiritual. Não de cabeça, pois o cabeça do corpo é somente Cristo. Alguns homens, por falta de entendimento e estrutura psicológica, tem confundido a milênios este ministério por machismo e preconceito, e a mulher tem lutado contra essa falsa interpretação bíblica e tem buscado seu direito de ser aceita, amada, respeitada e protegida, ao mesmo tempo em que busca ser útil, podendo desenvolver seus dons e talentos.
O perigo está, porém, no desequilíbrio e na falta de sabedoria e conhecimento da mulher, pois nessa busca incessante por direitos muitas têm se perdido em sua ideologia e tirando o direito ao sexo oposto de desempenhar seu papel dentro do ministério de Jesus Cristo.
As grandes conquistas da mulher dentro da igreja são influências, de certa forma positiva, de vertentes das gerações mais recentes do movimento feminista. Sendo essas a liberdade de exercer seu ministério, sendo aceita e respeitada socialmente pelo homem Cristão e a não aceitação da opressão sexual. Temos tido mais abertura para cooperar com os movimentos sociais masculinos, isso vemos dentro da igreja com bons olhos.
Mas é de fundamental importância que a mulher, mesmo que seja no comandando, procure ser sábia a ponto de não descaracterizar seu papel feminino e não assumir mais responsabilidade do que realmente tem dom, unção e capacidade de exercer. É importante esclarecer que essa mulher, no desespero, de querer “ser” e pertencer a este mundo, antes de propriedade exclusivamente masculina, dê um passo maior que a perna a atraia para si apenas stress desnecessário e uma luta espiritual para a qual não tem capacidade e não está preparada para assumir, ou mesmo não tenha sido chamada por Deus para cumprir.
Somos capazes e podemos fazer muito mais do que imaginamos, porém temos que ter senso crítico e não acompanhar a moda, haja vista que o modismo mundial para nossa fé só tem atrapalhado nossas conquistas.
Se cumpríssemos os dois maiores mandamentos e ensinamentos de Jesus, “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.” (Marcos 12:30-31), jamais precisaríamos lutar por direitos de sermos respeitadas e não discriminadas, pois o amor de Deus deveria garantir esses direitos. Se isso não está acontecendo é porque o ego do homem não tem permitido.
Para meditar com compreensão
“Se alguém aceita a inerrância e a exatidão histórica da Escritura e interpretar corretamente 1 Timóteo 2:9-15, então todas as porções do Novo Testamento que falam sobre o papel da mulher na assembleia local se encaixará no seu devido lugar. Por exemplo, alguém compreenderá o que Paulo tencionava quando ele ordenou que as mulheres “permanecessem em silêncio” na igreja local (1Co 14:33-34). Alguém também compreenderá por que a natureza proscrita das Epístolas pastorais declara que um pastor/bispo/ancião tem que ser ‘o marido de uma só mulher’ (1Ti 3:2). O leitor das Epístolas Pastorais tem que entender que Paulo está dando uma direta e divina revelação concernente aos papéis e comportamentos de homens e mulheres na igreja local, e ambos, mulheres e homens possuem certos ministérios e responsabilidades para preencher. No entanto, a mulher é proibida de ensinar, ou proclamar com autoridade a verdade da Palavra de Deus a homens numa assembleia local de crentes. Hoje, esta proclamação autoritária da Palavra de Deus inclui alguma forma de ministério pastoral ou sustentação de algum ofício de ordenação. As razões para esta proibição divina se origina na ordem prescrita na criação, na família e na igreja local.” Valdenira N.M. Silva, 2006
E é fácil entender essa verdade, pois, por mais que as mulheres façam, cresçam e tenham seu ministério, preguem, e seja vitoriosas (e devem buscar ser), na igreja local a autoridade espiritual é do homem. Ele pode exercer com menor frequência esta função de pregador na igreja se não quiser, mas deve ser respeitado por toda congregação, sua família, sua esposa, e por ele mesmo como líder espiritual. Se essa liderança for exercida em amor e em respeito, será entendida e aceita por toda e qualquer mulher, por mais liberal que seja.
Podemos ser feministas sem ferir princípios, mas sendo femininas precisamos saber que é muito bom ser mulher, saber que temos um homem para nos amar e proteger espiritualmente e emocionalmente. No entanto, nossa felicidade nunca deve depender do outro, deve depender de nós mesma e de Deus. Mas, confessa que o sonho de toda mulher é um retorno ao paraíso “ser amada e respeitada por quem a gente ela ama”. Isso é e tem sido nossa maior luta e conquista, essa verdade emocional prova que Deus criou o homem e a mulher para completarem um ao outro (Genesis 1:30), e viu Deus que era muito bom.
Referências:
Bíblia Sagrada
O Papel Das Mulheres Na Igreja Local Valdenira N.M. Silva, 2006
Foundation Magazine, Jul-Ago 2001 (The Role of Women in the Local Church)
http://www.agenciapatriciagalvao.org.br
http://pt.wikipedia.org/wiki/Feminismo
Por: Marisa Lobo
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